Insatisfação Comigo Mesmo

Insatisfação Comigo Mesmo

Durante os anos em que morei no Ashram (monastério Hindu) aprendi muitíssimas coisas, mas, provavelmente a mais importante foi a de que não preciso de um trabalho, de uma esposa, de um partido político, de uma associação nalgum clube ou qualquer outra coisa externa para ter sensações de incomodação pessoal, inadequação social ou para simplesmente sentir-me mal. Na realidade, bastam apenas alguns momentos de solidão comigo mesmo para que tais sentimentos despertem vorazmente e, ainda que esteja no lugar mais confortável do mundo, um arrematador desejo de levantar e ir até a geladeira, ou ligar a televisão, ou tomar um banho, ou ligar para uma pessoa conhecida, navegar na mídia social ou fazer qualquer coisa que me libere de mim mesmo surge incontrolavelmente. Ou seja, aprendi que para estar insatisfeito, bastava eu mesmo. Estes reveladores momentos me ensinaram a evitar as transferências de minhas frustrações, de minhas insatisfações ou dos meus problemas para o mundo ao meu redor. Alguns chamam esta cognição de amadurecimento, mas, honestamente, prefiro chamar de esclarecimento, ou remoção da ignorância que, vez que outra, nubla a serenidade que o conhecimento brinda à vida. (Tadany – 05 05 11)

PS: Para citar este texto:

Cargnin dos Santos, Tadany. Pensamento 821. www.tadany.org^®