Troquei de alma

Troquei de alma

Troquei de alma, agora tenho uma que não tinha

Estava cansado daquela enfadonha e corriqueira

Desgastada e abandonada como faca sem bainha

Sem fio, repleta de dentes, resquícios de uma vida inteira

Esta recente aquisição anímica é integral

Veio recheada de adornos, vigor e inovações 

E chegou pronta, ambientada ao entorno terrenal

Ansiosa por viver aventuras, loucuras e paixões

Ainda penso na antiga, em nostálgicos momentos

Mas a atual, se apoderou de toda esta essência

À antiga, por carinho e admiração, lhe construí um monumento

À nova, como inerente legado, da outra herdou toda a sua sapiência

Nada excepcional no magnífico horizonte mortal

Pois este é simplesmente um interessante e revelador ciclo evolucionário

Onde um dia, uma nova aparece, noutro uma antiga, cansada perece

Até o dia em que a alma e o todo, se tornem unos, num irrevogável corolário. (Tadany – 06 04 12)

PS: Para citar este Poema:

Cargnin dos Santos, Tadany. Troquei de alma. www.tadany.org^®