Índios I
Andava caminhando por Monterrey, norte do México, enquanto deleitava-me com a beleza, a magnanimidade e a robustez da Sierra Madre Oriental que circunda parte da cidade. Aquela cadeia de montanhas parecia um gigante muro que separava o visto do desconhecido, o cálido e infindável calor da cidade do possível frescor dos cumes da Sierra.
Parei um táxi que passava e fui até "chipinque", que é o nome de um dos morros da cadeia de montanhas, pois lá de cima planejava ver o sol mergulhar para o outro lado do planeta enquanto deixaria, lentamente, a escuridão assolar-se sobre o ambiente que seria, como velas incessantes, abrilhantado pelas luzes das ruas, das casas e dos edifícios citadinos.
Desfrutei um crepúsculo intenso e fulguroso e quando o silêncio e a tranqüilidade da noite pairavam no ar, ouvi um ruído vindo do meio do mato. De repente, um homem de meia estatura, corpo magro, musculoso e um olhar austero, mas brilhante, apareceu por sobre meu ombro esquerdo.
Inexplicavelmente, não me assustei, apenas olhei de volta para cidade e perguntei:
- Que fazes por aqui? Observando a natureza?
Ele, que por seus traços era possível descrever como um descendente de Índios, provavelmente, daqueles que habitam o norte do México, respondeu:
- Frequentemente venho a este lugar para contemplar que tudo isto - abrindo os braços até ficar com os mesmos amplamente estendidos como que sinalizando a cidade, as montanhas, as plantas, o céu, as estrelas e tudo o que uma pessoa pudesse visualizar e imaginar – incluindo a nós mesmos, é uma essência da Essência Una que se manifesta em tudo o que aqui existe.
Muito embora desejasse, palavras não conseguiram sair da minha boca após escutar o que ele havia falado. E assim, em silêncio permanecemos por alguns minutos até que ele se levantou e partiu tão tranqüilo e silencioso como havia chegado. Então, um brilho em forma de estrela cortou o firmamento numa linha incandescente e luminosa, como se o próprio céu estivesse também desejoso de deixar sua mensagem naquele inexprimível momento.
Finalmente, inebriado pela magia das revelações tanto verbais quanto astrais, fechei os olhos, inspirei o ar fresco da noite, fiz um augusto pedido, abri os olhos, olhei extasiado para a nova cidade que agora brilhava lá embaixo, levantei o corpo e com uma intensa gratidão regressei para o Hotel. (Tadany – 19 12 06)
PS: Para citar este Texto:
Cargnin dos Santos, Tadany. Índios I. www.tadany.org®
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