brigadão pelo envio!
e que horas vc consegue chegar na quinta?
se num tiver chovendo, vamos tocar na rua, megafone na mão etc.
De: Jonas Santos <jonasp.santos@hotmail.com>
Para: universo da poesia unioverso da poesia <universodapoesia@googlegroups.com>
Enviadas: Terça-feira, 25 de Junho de 2013 11:01
Assunto: RE: quinta poética- casa das rosas
PS: Precisa corrigir o nome de alguns poetas que eu citei, obrigado
ENTREVISTA CI: PA — JONAS PEREIRA SANTOS
I)
1. Jonas Pereira Santos é pseudônimo? Não. ' Jonas Pereira Santos' é meu nome de batismo.
2. Há alguma diferença entre você, pessoa física, e o autor de seus livros, pessoa fictícia? Pouca, porque a maioria do meus poemas são de carácter biográfico.
II)
3. Voltemos ao seu passado — onde você nasceu, como foi a sua infância, importância dos pais na sua visão literária.
Eu Nasci em São Paulo no hospital Belenzinho. Até os 6 anos de idade eu não saia de casa pra nada. Eu só queria saber de assistir televisão, não tinha nem um amigo e nem sabia o que era isso: não sabia da existência de um outro que não fosse a minha família. Minha mãe achou aquilo estranho e me botou na marra na rua para eu interagisse com outras crianças. Depois que eu aprendi a jogar bola e brincar ( aos 7 anos de idade) não queria mais voltar pra casa, e ainda não quero. Agora minha mãe tenta me trazer de volta (rs).
III)
4. Que poema ou livro lhe arrebatou tanto para que se tornasse poeta? A 'Metamorfose' de Kafka, 'Paranoia' de Roberto Piva, 'Neve Repartida' de Paul Celan e ' Alegria' de Ungaretti. Quais são os seus autores modelo no mundo da literatura? Depende do meu estado de espírito. Não consigo fixar muito bem as coisas do mundo aí de fora. Hojeo é o Tomas Benhard.
5. Diga como foi sua primeira experiência de criação poética.
IV)
Foi na fila do banco do Bradesco. Depois de ter ouvido um poema de um amigo meu , Luís, fiquei com muita vontade de escrever poesia . O verso que se apresentou para mim foi: ' O elefante criou asas para lavar as costas/ Eu vi as lágrimas do mar'. Hoje acho isso muito estranho, tanto que nem foi para meu livro, mas o respeito de mais.
6. Indo alguns passos atrás no tempo, você já participou de outro grupo ou teve alguns amigos, com os quais trocava experiências poéticas? Não. Quem me ensinou a interpretar, sem perceber que o fazia, foi meu irmão mais velho, Fred. Com ele eu aprendi a gostar de música brasileira, principalmente do Samba, porque ele, maravilhado com aquilo, ficava voltando a música várias vezes e me perguntando: 'Jonas, você entendeu o que ele, o autor da música, quis dizer?' Ele entendia ( entende, da linguagem metafórica, das gírias, das sugestões do música, ou seja, ele me ensinou a ouvir a voz da canção, a poesia da e na música.
7. Se a resposta for sim: como se conheceram? Houve influência mútua? De que maneira ela alterou sua maneira de ver e fazer literatura? Ele me ensinou a ouvir. Eu aprendi literatura por meio da voz humana, aprendi com gente, um privilégio.
V)
8. Como virou típico perguntarmos isso aos entrevistados, a fim de que vislumbrássemos uma rede de contatos e possíveis coincidências, você tem algum contato com nossos entrevistados anteriores (Pipol, Claudio Willer, Márcio Simões, Marco Aqueiva, Chiu Yi Chih, Celso de Alencar, Natália Barros, Antonio Ventura, Edson de Bueno Camargo, Eduardo Lacerda, José Geraldo Neres, Lelia Maria Romero, Angela Castelo Branco, Luis Felipe Lucena, Marcelo Marcus Fonseca, Beth Brait Alvim, Célia Musilli, Lilian Gattaz, Máh Luporini, Leticia Herrera, Ariane Alves e Elvio Fernandes)? Como se deu tal contato? E nos revele como se dá a relação entre os poetas nos dias de hoje. A relação se da nos encontros de poesia, nos saraus e por meio da net ( facebook). Nesta selva de nomes há professores, amigos e conhecidos. Todos excelentes poetas e por isso, lidos e estudados pelo C.I.P.A. Quando me sinto e me vejo fazendo parte, ainda que do borrado, deste excêntrico quadro me sinto alegre.
Você está metido em algum novo projeto, ainda desconhecido de grande parte do público? Se sim, fale um pouco dele e, depois, revele se há alguma outra atividade que você cultiva que a gente não sabia e adoraria descobrir. Não sei. Estou meio perdido ultimamente. Estou me reunindo com uma galera que está musicando poemas da Hilda, do camões, do bandeira, e do Manuel de Barros, mas sinceramente, ainda não sei qual é minha parte nisto tudo. Por enquanto estou fazendo acompanhamento com meu instrumento: Cavaquinho.
10. Quais revistas literárias você acompanha ultimamente, seja da Internet ou impressas? Nem uma. Teria algumas sugestões para nós? Vê diferenças entre elas e as mais antigas?
11. Como você vê a relação entre Universidade e poesia? Como anda a crítica literária dos portões acadêmicos para dentro? E para fora, algum sinal de vida? A Academia, pelo menos a USP, parou em Clarice e Guimarães...Lamentável. Eles não sabem o que acontece do lado de fora dos muros em relação a poesia, isso não interessa a eles. Para eles, escritores bons são escritores mortos. Não sei se não sabem ler a literatura, a poesia de hoje, ou se tem medo dela e suas respectivas 'ignoranças', nossa essencial ignorância.
VII)
12. Poesia existe fora da página em branco? O quanto ela influenciou o seu cotidiano, seu olhar diante do mundo ao redor? Influenciou muito. Hoje eu tento buscar coerência entre meu modo de agir e de falar...Sei que isso pode me levar a loucura, porque por o mundo é uma grande mentira, uma grande encenação. o único lugar onde eu posso dizer algo é na poesia.
13. Como o poema nasce em você? Conte como é seu processo criativo. Vem um verso. Eu o guardo por meses, após esse período, quando me vejo inspirado, escrevo o poema inteiro a partir dele.
14. Acha que o poema é um reflexo de sua personalidade? Você pensa como seus poemas? Não sei mais quem é que pensa quem, se eu penso meus poemas ou se meus poemas me pensam. Ainda que eu pensasse meus poemas eles não poderiam pensar como eu. Pois um poema interessante tem que ser sempre maior ou mais enigmático que seu autor.
15. Quem é maior, você ou seu poema? Quem cresceu ao longo do tempo? Neste sentido a arte, a poesia, é ingrata, porque o poema quando pulsa, está em constante crescimento, enquanto que nós, gente, estamos sempre decaindo, sempre nos corrompendo, como tudo que há na natureza, isto é, voltaremos ao pó, em breve.
16. Já se lembrou de algum verso num momento inusitado? E já se surpreendeu com algum poema seu, fosse uma nova descoberta feita ou uma curiosa profecia? Quando leio versos de autores que nunca li idênticos aos que eu escrevi. 17.
O que te faz gostar de um poema? Como sabemos quando um poema é bom e quando é ruim? Quando o poema fala por si só, não precisa de interprete, não precisa de autor, não precisa de referencia, não precisa de nada que está fora dele e assim ele te emociona, te salva, aperta a tua mãos e te faz se sentir forte e imortal como ele.
18. Diga qual autor você sempre tem vontade de reler e aquele que só quer se esquecer de um dia ter lido. Paul Celan, sempre quero ler. Kafka, des - graçado.
19. Revele para nós um verso seu que você adora e outro, mera tentativa, que não saiu lá essas coisas..
' Tarde meu amigo, tarde de mais' ( Em um Instante) - ' eu amo esse verso'
' Touro chifre de navalha' ...Esse verso não deu em nada...
20. Teu primeiro livro, "A Uma Faísca", tem diversos momentos relacionados à Bíblia, quando não citações em nas próprias epígrafes. Como surge tal religiosidade em tua criação literária, costurada com certo pessimismo e uma leve brisa de inocência?
Minha mãe sempre me levou para a igreja e sempre me ensinou os valores cristãos, tanto para mim quanto para meus irmãos. Eu sempre gostei de ouvir o ancião da Congregação Cristã do Brasil pregar a Palavra, gostava de ouvir os testemunhos dos irmãos e achava as histórias bíblicas fantásticas, maravilhosas e justas, pois elas sempre apresentavam algum tipo de salvação para os oprimidos, os fracos, ou seja, os justos eram recompensados. Eu estava do lado de deus, por isso me sentia justo e salvo, me sentia em paz...saudade. A Palavra da bíblia que reverbera em meus poemas é a palavra de poder, a palavra mágica, é a palavra capaz de mobilizar o mundo. É a palavra que 'faz acontecer' sem precisar usar as mãos. E a palavra que encanta o corpo do Outro e, consequentemente, faz com que esse outro modifique o mundo, isto é, a palavra mágica.
21. Em que direção sua história poética aponta hoje? Preparando algum novo livro? Teria um poema inédito para os leitores mais curiosos? Estou em busca da palavra fundadora, por isso passo por um período de silencio verbal. Me afastei de alguns amigos e tenho passado bastante tempo sozinho. Tenho me dedicado a música e ao trabalho...Não tenho previsões sobre o que será da minha poesia...escrita.
22. Você acha os poetas uns chatos? Eles querem ser difíceis demais? Como vê o meio literário atualmente? Sim, os poetas são uns otários. Eu conheci um, a pouco tempo, que justifica tua poesia palaciana dando exemplos de como Camões construía teus poemas...Ele dizia: 'A poesia tem que tem uma Mensagem, ela tem que dizer algo...' Também fez uma crítica a minha poesia, ele me disse: 'seus poemas não dizem nada e tua poesia é ambígua...' Ele não percebeu que o que ele disso chegou aos meus ouvidos como elogio substancial...23. Que poesia é possível hoje? Toda poesia é válida?
Não. Como disse Paul Celan, pelo que me lembro, 'devemos levar Malarmé as últimas consequências. Precisamos exercitar os ouvidos para o profundo silencio em que mergulhará, em breve, a humanidade. A poesia é vingança, é loucura, é idiotice, é sexo, é bagunça, e brincadeira de criança, é sangue, é chuva que cai em lugar nem um.
Date: Mon, 24 Jun 2013 23:18:20 -0300
To: universodapoesia@googlegroups.com
From: paulo_sposati@yahoo.com.br
Subject: quinta poética- casa das rosas
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, pois eu escrevi correndo
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