No Clarão da Madrugada
No clarão da madrugada, voltava ao lar pela terceira vez consecutiva
Desta vez o silêncio da noite parecia rumoroso
E a mente assonorentada, tornou-se sagazmente ativa
Pois havia um ruído no silêncio, um silêncio ruidoso
Era um silêncio de alegria e frescor
Misturado com um ruído de saúde e compaixão
Uma calada que causava ao espírito certo torpor
Um bulício que recordava tudo, menos esta predestinada dimensão
No ar, um aroma de frutas maduras, excitava o olfato
No céu, um oceano de estrelas, turbilhonava vorazmente
No pavimento, uma ausência de solo, libertava o tato
No corpo, a presença de uma plenitude, ardia astutamente
Do silêncio vieram vozes doces, mas moribundas
Que recitavam textos rítmicos, mas inentendidos
Do ruído vieram corpos sinuosos, uns tortos outros corcundas
Que dançavam um ballet, exuberante e efervescido
Gradual e vigorosamente, os rumores foram se aclarando
E o bailado foi revelando alegorias edificantes
Eram provérbios que, verbalmente, iam se manifestando
Eram movimentos que, sincronicamente, seduziam como um amante
Falavam de um néctar que deleita todo o lábio sedento
Assim como a chuva sacia a pampa no verão
Que para os que buscam é um ebulitivo fermento
E que é, incessantemente, produzido em cada coração
Dançavam uma valsa que, de tão brilhante, cegava a visão
Mas que abria, para a vivaz percepção, o olho escondido
Nela exaltavam-se movimentos de puríssima compaixão
E gestos que revelavam a beleza da devoção do ser abstraído
Do clamor diziam que é preciso estender a mão para ser puxado
E que o alimento para o devoto, está na inocência da infância
Que as preocupações são martírios a serem docente aniquilados
E que na inteligente materialização, tudo é abundância
Na coreografia demonstravam que a porta estaria sempre descerrada
Para os que tiverem a coragem de adentrar o vale da luz
Passos ensinavam que, mesmo os errantes, possuem sua caminhada
Mas que é penosa porque eles escolheram carregar o peso da imposta cruz
De repente, os movimentos foram cessando gentilmente
E os sons começaram a mesclar-se com a brisa que soprava
Brindando a atmosfera com o ruído do silêncio novamente
E o silêncio que, obstinado, ainda sussurrava
E aquele que deveria ser o terceiro retorno
Tornou-se um regresso de encontro ao sempre buscado
Onde se dispensava a busca de qualquer outro entorno
Porque aquele que buscava e o objeto de busca, haviam se encontrado
E o lar que parecia ser um destino pré-fixado
Mostrou-se presente em toda a manifestação
Onde o ninho estava, incessante e auspiciosamente, sendo preparado
Para aquele que, objetivamente, abria as portas da percepção. (Tadany – 12 07 08)
PS: Para citar este Poema:
Cargnin dos Santos, Tadany. No Clarão da Madrugada. www.tadany.org ®
No clarão da madrugada, voltava ao lar pela terceira vez consecutiva
Desta vez o silêncio da noite parecia rumoroso
E a mente assonorentada, tornou-se sagazmente ativa
Pois havia um ruído no silêncio, um silêncio ruidoso
Era um silêncio de alegria e frescor
Misturado com um ruído de saúde e compaixão
Uma calada que causava ao espírito certo torpor
Um bulício que recordava tudo, menos esta predestinada dimensão
No ar, um aroma de frutas maduras, excitava o olfato
No céu, um oceano de estrelas, turbilhonava vorazmente
No pavimento, uma ausência de solo, libertava o tato
No corpo, a presença de uma plenitude, ardia astutamente
Do silêncio vieram vozes doces, mas moribundas
Que recitavam textos rítmicos, mas inentendidos
Do ruído vieram corpos sinuosos, uns tortos outros corcundas
Que dançavam um ballet, exuberante e efervescido
Gradual e vigorosamente, os rumores foram se aclarando
E o bailado foi revelando alegorias edificantes
Eram provérbios que, verbalmente, iam se manifestando
Eram movimentos que, sincronicamente, seduziam como um amante
Falavam de um néctar que deleita todo o lábio sedento
Assim como a chuva sacia a pampa no verão
Que para os que buscam é um ebulitivo fermento
E que é, incessantemente, produzido em cada coração
Dançavam uma valsa que, de tão brilhante, cegava a visão
Mas que abria, para a vivaz percepção, o olho escondido
Nela exaltavam-se movimentos de puríssima compaixão
E gestos que revelavam a beleza da devoção do ser abstraído
Do clamor diziam que é preciso estender a mão para ser puxado
E que o alimento para o devoto, está na inocência da infância
Que as preocupações são martírios a serem docente aniquilados
E que na inteligente materialização, tudo é abundância
Na coreografia demonstravam que a porta estaria sempre descerrada
Para os que tiverem a coragem de adentrar o vale da luz
Passos ensinavam que, mesmo os errantes, possuem sua caminhada
Mas que é penosa porque eles escolheram carregar o peso da imposta cruz
De repente, os movimentos foram cessando gentilmente
E os sons começaram a mesclar-se com a brisa que soprava
Brindando a atmosfera com o ruído do silêncio novamente
E o silêncio que, obstinado, ainda sussurrava
E aquele que deveria ser o terceiro retorno
Tornou-se um regresso de encontro ao sempre buscado
Onde se dispensava a busca de qualquer outro entorno
Porque aquele que buscava e o objeto de busca, haviam se encontrado
E o lar que parecia ser um destino pré-fixado
Mostrou-se presente em toda a manifestação
Onde o ninho estava, incessante e auspiciosamente, sendo preparado
Para aquele que, objetivamente, abria as portas da percepção. (Tadany – 12 07 08)
PS: Para citar este Poema:
Cargnin dos Santos, Tadany. No Clarão da Madrugada. www.tadany.org ®
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