O Tempo
O tempo me confessou que estava cansado de ser infinito. De ver a rotina do mundo passando frente aos seus olhos. Nascer, falecer. Guerras, glórias. Invenções, destruições. Sonhos, aflições. Tudo isto, após certas épocas, tornou-se trivial, previsível e cansativo. Sua confissão carregava um peso lânguido e moroso e, enquanto olhava para o infindo de sua própria natureza, como se tivesse num espelho, uma lágrima caiu de sua essência e, naquele momento, do âmago de sua existência ele revelou que há milênios vinha contemplando o seu próprio findar, pois no livro mitológico que herdou de outros tempos, haviam lendas poéticas que descreviam o fim cíclico de tudo, incluindo do próprio tempo. Então, mesmo cansado, ele esperava. Esperava esperançoso aquilo que em nós, desespera. O entardecer das eras, o ocaso da existência, o fim dos tempos. Sem tempo. Momento, esperado pelo tempo. (Tadany – 29 01 11)
PS: Para citar este texto:
Cargnin dos Santos, Tadany. Pensamento 731. www.tadany.org ®
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