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Fugaz Convergência


Fugaz Convergência

Manhã formosa e ensolarada de verão 
Daquelas que sorrisos resplandecem na face humana 
Acordei tão só, com falta de um coração 
E com sobras de uma ressaca mundana 

Ao lado, teu semblante adormecido suspirava 
Aquele odor de festas que acabam com todas as dores 
Onde almas perdidas, sofregamente, são encontradas 
E dão vazão às loucuras de temporários e infinitos amores 

Ao primeiro suspiro que tivestes naquele lugar perdido 
Nos olhamos intensamente, sem mesmo nos conhecer 
E o fogo da noite transformou-se num braseiro carcomido 
Onde não sabíamos o que ambos deveríamos fazer 

Um sutil e encabulado bom dia vagou pelos teus lábios 
Um silêncio que fala por si só pairou no ar 
Então, sentimos que não tinha luz, alegria ou provérbios 
Que segurasse aquele desejo recíproco de nos separar 

Saímos, calados e juntos, pela porta da frente 
Onde o sol nos maltratava por ter roubado a escuridão 
Um adeus acanhado nos separou no meio de tanta gente 
Deixando a avidez do gozo e o pesar da ausência pulsando no coração 

E foi assim, nos braços da noite, seduzidos nos encontramos 
Nos embalos do dia, sozinhos e perdidos nos despertamos 
Sem verdades, sem desculpas, com deleites e recheados de bálsamos 
Sedentos corpos, instigadores sentidos, doces arrependimentos, hábitos humanos. (Tadany – 23 12 06) 

PS: Para citar este Poema: 
Cargnin dos Santos, Tadany. Fugaz Convergência. www.tadany.org ® 


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