Vida estação e mente.
Dom Morais
Quando papai partiu, muitos sonhos foram com ele... Me senti desamparado, apesar das condolências. Naquele dia um grande vazio abrigou-e em meu peito. Minha mente parecia ter se deslocado. De repente me vi flutuando em uma imensa estação, chequei a ver seu vulto, mas ele já havia embarcado no trem que sumiu diante dos meus olhos. Só queria poder impedir sua partida e pedir que ficasse mais um pouco, pois, eu tinha algo para lhe dizer... Agora é tarde, pensei. Foi ai que blasfemei contra o tempo, dormia, acordava e a tristeza não passava. Cheguei à amarga conclusão, de que a borracha imaginaria desse maldito relógio, simplesmente não existe. Dez ou vinte anos, depois de instalada a saudade, ela se comporta com uma onda no mar.
Quem me dera poder dormir embrulhado em uma tragédia... Acordar convicto e dizer:
- A conexão caiu, foi engano.
Mudando de Pau pra porrete e continuando o raciocínio ilógico tal qual defeito do burro cego... "Ta na cara", mas o comprador só percebe no dia seguinte, ao cair a ficha, que o vendedor de lugares no paraíso tinha no mínimo um décimo de razão.
Seguindo com a porretada mortífera numero dois, confesso que, chamei gênio da morbidez ao filosofo que disse: "A morte é a única coisa certa da vida". Diante de tanta sensatez, concluo que não adianta se descabelar, quando ela está rondando a área, pois nessas horas findas, "é dos carecas que ela gosta mais". Depois que passar a sua foice em degola... Deu-se. Foi-se para sempre.
Bem que tento viver intensamente e não pensar no verdugo, mas o castigo às vezes purifica a alma. Só me resta abrir a mente para os momentos definidos como gotas de felicidade e não pensar em coisas degradantes. Prefiro tomar leite condensado com farinha. Moça ou não... Uma velha latinha de Mococa sempre quebra o galho.
Para não dizer que não falei de sexo... Darei ênfase ao silencio, pois cachorro que muito late fica rouco.
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